• Barbara Bigarelli
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refeição, comida, arroz, feijão, batata frita, frango (Foto: Thinkstock)

Pesquisa considera a refeição completa, que inclui prato principal, bebida não alcóolica, sobremesa e café (Foto: Thinkstock)

A refeição fora de casa ficou 8% mais cara para os brasileiros em 2016. Pesquisa da  Associação das Empresas de Refeição e Alimentação Convênio para o Trabalhador (Assert) e do Instituto Datafolha aponta que o valor médio nacional da refeição fora de casa subiu de R$ 30,48 (em 2015) para R$ 32,94 no ano passado. A pesquisa considera a refeição completa, que inclui prato principal, bebida não alcóolica, sobremesa e café. "O aumento de 8% no preço médio da refeição ficou acima da inflação de 2016 (IPCA). Mas ele acompanha, de certa forma, a inflação de alimentos e bebidas, que foi de 8,62%", diz Paula Cavagnari, diretora-presidente da Assert. 

Para um trabalhador que não recebe um vale-alimentação ou subsídio da empresa, o almoço pode custar parte significativa de sua renda. Quem ganha até um salário mínimo, teria comprometido 82% do salário para realizar uma refeição completa de segunda a sexta-feira considerando um mês com 22 dias úteis. Na mesma comparação, quem ganha até cinco salários mínimos comprometeria 17% de sua renda. A pesquisa considerou o salário mínimo vigente no final de 2016 (R$ 880). 

Qual a cidade mais cara para comer fora?

A região que puxou a média nacional para cima foi a Sul, que registrou o preço médio mais caro do país: R$ 34,34. Ali, desponta também a capital mais cara do Brasil para comer no Brasil: Florianópolis. Para comer na capital de Santa Catarina uma refeição completa sai por R$ 43,53 em média. A cidade detém os preços médios mais altos considerando todos os sistemas de almoço: comercial, autosserviço (buffet), à la carte e executivo. 

Além de Florianópolis, considerando as 23 capitais pesquisadas, sete tiveram um preço médio de refeição acima do preço medio do Brasil. São elas respectivamente: Rio de Janeiro (R$ 36,94), São Luís (R$ 36,96), Aracaju (R$ 35,62), Curitiba (R$ 34,71), João Pessoa (R$ 34,36), Maceió (R$ 34,31) e São Paulo (R$ 33,82).  Maceió, aliás, foi a cidade com o maior reajuste nos preços de alimentação, com um aumento de 41% de 2015 para 2016. 

E onde foram encontrados os preços mais baratos? Bem, a cidade mais barata para fazer uma refeição completa é Palmas (TO) — R$ 27, 25 em média. A região é a que tem o menor preço médio (R$ 39,31). 

No Sudeste, o preço médio foi de R$ 33,25, sendo o Rio de Janeiro onde ele aparece mais caro. No Nordeste e no Centro-Oeste a refeição custa, em média, R$ 31,82 e R$ 30,44, respectivamente.

A pesquisa foi realizada em 51 cidades brasileiras, sendo 23 capitais, nas cinco regiões do país. Foram visitados 4.574 estabelecimentos comerciais — que não incluem fast-food e locais que oferecem alimentação no balcão. Considerando os sistemas de refeição separadamente o à la carte é o que apresentou o maior preço médio (R$ 61,51), seguido pelo executivo (R$ 47,46), autosserviço ou buffet (R$ 30,43) e comercial (R$ 28,33).

Segundo Paula, a modalidade que mais apresentou crescimento nos últimos três anos é a de autosserviço, o popular buffet ou quilo. Uma tendência, segundo ela, que pode estar relacionada a busca dos consumidores por uma alimentação mais saudável. "Cinco entre dez donos de restaurantes entrevistados afirmaram que os consumidores estão dando mais importância a uma alimentação mais equilibrada, com mais saladas, frutas e verduras. Isso pode ajudar a explicar o crescimento do autosserviço."